quarta-feira, maio 25, 2011

One Week II





1º Dia
O céu estava nublado já passava das 3 horas da manhã, e eu ainda estava acordado, sem sono algum, só pensando na vida, no meu relacionamento com a Bia. Ela se foi, pra nunca mais voltar ...

2° dia
Tive o mesmo pesadelo de ontem. Minha mente anda me perturbando e fazendo joguinhos comigo, estou confuso. Às vezes acho que estou arrependido, as vezes acho que fiz a coisa certa.

3° dia
Investigação. Ouvi essa palavra na TV e imediatamente desliguei; Ninguém pode descobrir nada! Bia, Bia, já estou começando a sentir sua falta, dos seus beijos, do seu jeito de ser, das suas mensagens de texto as três da matina.

4° dia
Pergunto-me onde você está nesse momento, você se foi tão rapidamente; me pego pensando no nosso último momento juntos e choro ao lembrar-se das nossas brigas e de nossas discussões. Tive mais outro sonho com você, ou melhor, outro pesadelo. Não sei se vou aguentar ficar muito tempo longe de você.

5° dia
Você sabe que eu não queria ter feito isso, foi mais forte do que eu. Eu não queria ter sido traiçoeiro desse jeito, pelos menos não com você! As lágrimas começam a correr toda vez que escuto a nossa música tocando; eu não queria que você tivesse ido para tão longe.

6° dia
Minha mãe veio me perguntar como eu estava por causa dos últimos acontecimentos. O que eu mais poderia dizer? Disse a verdade! Eu estava triste, desconsolado, sem saber que rumo tomar. Ela me disse que eu deveria seguir em frente, mas ela não tem noção de como isso é difícil, esquecer uma pessoa que conviveu me escutando e me apoiando durante três longos anos, sempre me recompondo, me ajudando levantar, dizendo: “O mundo é cruel, mas eu estou aqui para enfrentar ele junto com você!”

7° dia
Não estou aguentando mais, tantos pesadelos, me pergunto como é possível ter o mesmo pesadelo durante sete noites seguidas. Preciso tomar alguma providência urgente. Daqui consigo ver um brilho laminado, refletindo o sol fracamente, tentando chamar a atenção de qualquer um para usá-lo, para fazer algo grandioso, como talvez, encontrar alguém. Então surge um estalo na minha mente. É esse laminado que ira me fazer encontrar Bia, ele é o único que poderá me devolver a minha Bia ou quem sabe pelo menos me aliviar dessa dor que sinto em meu peito.

segunda-feira, maio 09, 2011

Quedas e Voos


Você sempre cai. Essa é a única certeza que temos.

Decidimos então, nos arriscar. Um prédio alto, nada melhor que o primeiro andar desse prédio pra começar a nossa aventura. Vamos até a varanda, respiramos fundo e pulamos, o tempo para, nossa respiração se acelera, sentimos uma emoção inigualável. Durante o nosso voo a última coisa em que pensamos é na queda que está cada vez mais próxima. E ela chega, nós caímos. O pulo não foi tão alto, não temos feridas expostas, nem tantas feridas internas. Estamos razoavelmente inteiros e a lembrança desse voo queima como fogo em nossas mentes. Eis a paixão.

Agora optamos por uma aventura mais perigosa.

Estamos no ultimo andar desse prédio, a altura é absurda, mas a confiança nos leva a crer que conseguiremos pular e sobreviver. E é o que fazemos. O surto de emoção inicial nos lembra o nosso outro voo, a adrenalina que foi voar pela primeira vez, porém sabemos que dessa vez é diferente. Após a emoção inicial, começamos a acreditar que tudo é possível, que nada pode nos atingir e até acreditamos nisso. Então, vemos o fim do nosso voo na nossa frente, a queda está próxima e não podemos voltar atrás, mudar nosso roteiro. Começamos a nos conformar com o fim, algumas vezes não suportamos a idéia e brigamos contra isso, o que acelera ainda mais a nossa queda. Ela é inevitável, apenas aceite. Até que ela chega. Não adianta correr, esconder-se, fugir... após nos entregarmos as emoções do voo, a queda é apenas o resultado, o fim. Caímos de uma grande altura, nossas feridas externas são mínimas, as internas gravíssimas. Nosso coração está em frangalhos e nos vemos sem reação, não podemos nos mexer, nem respirar, porque dói. Tudo dói. E não sabemos se sobreviveremos a essa queda.

Mas quer saber?

Sempre sobrevivemos. Nossas feridas viram cicatrizes que vão fazer questão de nos mostrar a hora da nossa queda e os seus estragos, mas também vamos ter o voo para recordar. Eis o amor.

E quando nos curamos, aprendemos que arriscar não faz mal. Porque o vôo recompensa a queda.

E você, está pronto pra voar?


Texto: Mairana M.