Conto de minha autoria...
55 anos
Ela tinha 55 anos, apesar da muita idade, aquilo de algum modo me atraiu; o seu jeito de andar, seu jeito de falar, seu belo sorriso. Nossos encontros aconteciam três vezes por semana, naquele velho barzinho próximo a sua casa, o único que me deixavam beber, quem nos visse pensaria que éramos mãe e filho, mas eu sabia que a última coisa que ela poderia ser, seria minha mãe.
Meu amigos me diziam que eu havia ganhado na loteria, por ter pego uma “coroa daquelas”, como eles diziam. Eu queria que as coisas fossem tão simples assim, ela era experiente. Passei muitas noites pensando no que ela havia visto em mim, era comum ela me perguntar por que eu estava enrubescido. Nessas horas me vinha uma espécie de raiva, parecia tão tolo, tão crianção próximo dela. Mas o que eu poderia, fazer? Só tinha 16 anos. Meus amigos admiravam estupefatos as roupas que ela me presenteava, os cordões, bonés, os lugares que ela me proporcionava.
Será que eu estava apenas visando o seu dinheiro, a oportunidade de sexo e tudo mais, como meus amigos me diziam? Ou havia algum sentimento nisso tudo? O receio era grande de parecer mais tolo do que eu já era, imaginava-me declarando para ela e ela me rindo histérica e me dizendo: “Garoto tolo, você só é um brinquedo para mim.”
Eu deveria ter procurado alguém da minha idade, seria tão mais simples e mais fácil, teria-me auto poupado de todo esse sofrimento que agora eu passo. Apaixonei-me por aquela mulher, o seu carinho, as suas histórias, suas risadas e até seus “OH MY GOD”.
Ela simplesmente desapareceu da minha vida, em um dia qualquer, sem dar explicações, nem nada. Acabei descobrindo que a casa na qual passávamos os melhores momentos, era apenas alugada e o dono dela, simplesmente não sabia nada sobre o paradeiro dela. Começou então minha obsessão, passava por lá todos os dias, tentando encontrar algum sinal de vida, alguma pista de onde ela teria ido. Eu já não ligava mais para escola, passava horas em frente da nossa antiga casa, cheguei até a pagar, para entrar lá só mais uma vez e relembrar os bons momentos que passamos juntos. A cada dia que se passava vinha a certeza que eu havia sido apenas um brinquedo para ela, nem mais, nem menos. Desse amor todo, só restou os presentes que ela me dera, algumas fotos escondidas debaixo do colchão e noites de lágrimas.
Epílogo
Cinco meses depois, acabo passando por ironia do destino, naquele venho barzinho no qual bebíamos e nos animávamos. Ao entrar olho para a mesa na qual sempre sentávamos. Meus olhos se embaçaram, não parecia ser real, lá estava ela sentada, mais linda do que nunca, corro em sua direção, mas ao me aproximar vejo que ela estava com alguém e esse alguém não era eu.
Amém, tá de volta né.
ResponderExcluirSUHAUHUSAHHSUAHUSA
Já tava na hora de dar um pouquinho de atenção ao coitado do blog. /fato
ushauushauh
Comentário sobre o conto:" Gostei dele, mas já tinha lido antes mesmo. ^^"