sábado, fevereiro 05, 2011

Minha amada, Martha Méier.

Terceiro andar, sala escura, o ambiente perfeito para uma história de amor, a minha história de amor, pra ser mais exato. Pois nem sempre amores são perfeitos. O amor também pode ser espinho e escuridão.

Na sala lá estava ela, Martha Méier, jamais imaginei poder amar alguém como amo aquela mulher. No auge dos seus 32 anos, ela era linda, exuberante e mantinha uma altivez e elegância raras. Sentada naquele velho sofá, vestia uma camisa minha, que por sinal ficava muito melhor naquele belo ser. Martha estava em seu ritual predileto, cigarro na boca, um copo de whisky em uma das mãos. Ela me fitava, aqueles olhos enigmáticos e sua voz rouca a tornavam ainda mais sensual. Cantarolava a sua música favorita: “L’amour, hum hum, pas pour moi.”.

Como sempre fazia, colocava o copo ao seu lado, vindo em minha direção. Seus olhos me hipnotizavam e eu sempre me rendia em seus braços, ela sorria.

- Sempre tão fácil. – cochichava em meu ouvido.

- Não há como ser difícil com você, meu amor. – eu respondia.

Martha então me beijava tão ardentemente que por vezes faltava-me o fôlego. Eu a amava, cada momento com ela era único e inesquecível. Eu acariciava o seu corpo que parecia esculpido por deuses. Sua pele era suave como a seda. Ela me proporcionava noites de prazer inimagináveis. Então, dormíamos abraçados. Na manhã seguinte, ainda deitado comecei a admirá-la. Ela acordou.

- Você é o melhor presente. Eu te amo como nunca foi possível alguém amar. Cada centímetro de teu corpo é como uma jóia para mim. Eu te amo, Martha. – declarei todo o meu amor.

Ela sorriu.

- E você sabe que eu não te amo... Onde você deixou o meu dinheiro? – ela perguntou como sempre fez.

- Por que você não me ama? – perguntei-lhe aflito.

- Porque esqueceram de colocar todas as funções de meu coração. Ele apenas me mantém viva. Porque amor, ele não sente. E onde você deixou o meu dinheiro?

- Está na cabeceira, pode pegar. Quando você vem agora?

- Você sabe o meu número, é só chamar que eu venho. Agora eu tenho que ir. Tenho muitos clientes hoje. – ela era metódica.

- Você sabe que pode largar essa profissão e vir morar comigo. – eu suplicava.

- Eu só venho lhe ver porque você me paga bem. Eu não vou lagar a minha profissão. E agora eu já vou. Beijo.

E ela ia embora, deixando-me de lado. Trocando-me por outros homens que assim como eu pagavam para tê-la. Mas eu sou o único que a ama de verdade. E um dia ela perceberá isso.

2 comentários:

  1. :O Caramba, adorei, paixões platônicas com prostitutas são legais rsrs!
    Muito bom, beme escrito, caramba, mostra a teu tio. :D
    Parabéns auqerida, boa como sempre!

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  2. Parabéns pelo texto, tá ótimo !Muito bem escrito!
    Me apaixonei pela personagem ! ♥

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